a espera…
o
dia chegou puro.
os
olhares falavam num silêncio
onde
as palavras tinham todas um nome
e
a eternidade se fechava sobre um corpo
parado
nas águas, entre os espaços
para
assistirem ao nascimento das árvores
o
grito do verão ressoava entre formas mudas,
delicadas,
impregnadas de delírios imaginários.
alguém
parte o silêncio e o transforma
em
sons vergados, sensíveis às palavras vivas,
atrás
fica uma vida, remexida desabaladamente
numa
leveza, estrangulada entre dedos
olhares
bailam enfeitiçados sobre as áscuas...
murmuram
ao longe, frases ríspidas e frias
o
vento arrasta soprando as vozes em pedaços,
agarrando
a vida, que deseja invencível
lento,
leve e moroso deixa respirar o dia.
mergulha
na alegria suplicante da voz
onde
ardem, na alma, chamas de desejo
assumido
num jogo de amor único
escapa-se
o pensamento, afunda-se
dentro
da paixão voraz,
espelhada
no sorriso dum peito aberto
o
fio liga a veia, no abraço da morte
triunfante,
a festa tornou-se imortal,
sufoca
de júbilo,
entre
palavras que passam a correr
o
momento, amadurece na terra
cativo
do nome que persegue...
helena
maltez